Com
Rui Spranger e Laura Casano
idealizado e dirigido por
Renzo Sicco e João Luiz
uma co-produção
Assemblea Teatro
e
e
Teatro Pé de Vento
Em Matosinhos, no litoral português, a cem metros da costa e a cerca de 30 metros de profundidade, deitado no fundo do Oceano Atlântico, encontra-se um dos últimos U-boat alemães, o U-1277 afundado a 3 de junho de 1945. Os 47 homens da tripulação, um mês após o fim da guerra mundial, decidiram entregar-se a Portugal, um país neutro. Conduzidos pelo jovem Comandante Ehrenreich-Peter Stever, os soldados desambarcaram na praia de Angeiras, após a decisão da definitiva de deriva do submarino que hoje se encontra submerso a 300 metros da costa.
Após 70 anos, a 3 de junho de 2015, a Assemblea Teatro recordou na costa atlântica de Angeiras, o local do evento e refletiu sobre a chegada daqueles soldados com palavras que narraram o momento da derrota e da rendição total. Pretendemos representar as palavras daqueles soldados narrando o momento da derrota e da rendição total. Refletir sobre aquela zona de limbo em que toda a preparação para o domínio do mundo, para o qual foram preparados, resulta inútil quando toma forma a sua nova condição de prisioneiros. A perda de tudo e o confronto com os fantasmas das próprias vítimas.
Rui Spranger interpretou um daqueles jovens nazis, as suas dúvidas e pensamentos sobre uma vida vivida e não escolhida em que foi forçada uma inteira geração de jovens alemães. Seguidamente Rui foi convidado para contar a mesma história em Turim no submarino Andrea Provana, um dos poucos restos de submarinos visitáveis no seu interior. As mesmas palavras encerradas no espaço claustrofóbico do submarino tomaram um outro peso relativamente às recitadas defronte ao Oceano. Agora, após as réplicas em Turim, a história do U-boat 1277 retoma a sua viagem para ser vivido e representado no palco do Teatro da Vilarinha, cumprindo assim em pleno a colaboração Italo-Portuguesa entre a companhia Teatro Pé de Vento e Assemblea Teatro, ao serviço das emoções dos espectadores e sem limites impostos por fronteiras.
